Nesta última semana, o Bahia disputou duas partidas na Arena Fonte Nova contra dois clubes cariocas e os resultados foram bem contrastantes. Pelo Brasileirão, uma derrota de 2x1 para o Botafogo, já na Copa do Brasil, aplicou um 4x0 no Volta Redonda. Mas ambos tiveram um certo sentimento parecido, o da insatisfação.
No jogo de segunda-feira, o Esquadrão até começou a partida liderando as ações ofensivas, buscando afirmar seu mando de campo e conquistar seus primeiros pontos no campeonato. Todavia, na hora de resolver a situação, não dava certo. Chutes fracos demais, bolas para fora ou bloqueios da zaga adversária. O alvinegro, por outro lado, não tinha nada haver com isso e na sua primeira oportunidade, Júnior Santos bagunçou toda a - super desfalcada - zaga do Bahia e abriu o placar.
A partir disso, a partida se tornou mais parelha, com os cariocas finalmente tendo um pouco de mais posse e propondo o jogo com base na sua velocidade, em rápidos contra-ataques. Os mandantes sofreram o baque, mas não abaixaram a cabeça, sempre rodeando o campo rival atrás de uma oportunidade de empate. Assim, aos 40 minutos, Rezende acha Everaldo que, de calcanhar, manda para Chávez e seu cruzamento passa por toda a área até parar nos pés de Jacaré, que corta o marcador e bate pro fundo do gol, deixando tudo igual.
Um tempo de vontade, determinação e que terminou em um ponto mais alto, o gol de empate. Essa primeira etapa não poderia ter sido mais diferente do primeiro tempo jogado contra o Volta Redonda na quinta-feira. Aqui, o Bahia enfrentou um adversário amplamente inferior e pouco se fazia superior. Jogadas simples não eram completadas e oportunidades claras eram desperdiçadas. Se jogava a frente de uma forma que estavam se expondo defensivamente, quase como se o jogo de ida não tivesse sido vencido pelo Esquadrão. Os jogadores adentraram o vestiário ao som de vaias de sua torcida, o time estava dando sorte ao azar e havia a possibilidade do jogo acabar em mais um vexame.
As etapas iniciais tiveram sentimentos bem distintos para aqueles que as assistiram, mas o segundo tempo seria ainda mais contrastante. Contra o Botafogo, o Bahia parecia conformado com o empate, tentava uma jogada aqui e outra ali, mas pouco passava do meio campo com algum perigo. O time não tinha aspiração e suas poucas oportunidades paravam no goleiro Lucas Perri. Novamente, o Glorioso não quis saber, soube observar o jogo e controlar as ações. Conseguiu se impor e ameaçar. Então, aos 32, Tchê Tchê notou a zaga aberta após uma tabela na entrada da área e decidiu experimentar dali mesmo. Para o desespero dos tricolores, um golaço.
Com a partida se encaminhando para o fim, tudo que o time de Renato Paiva pôde fazer foi ir para frente e rezar que algo milagrosamente desse certo. Bolas alçadas à área, lances de bate e rebate, era tudo que o time tinha naquele momento. Até houve oportunidades, mas aquele bonde já tinha partido e com ele levou os importantes 3 pontos para a cidade maravilhosa. Se o segundo tempo com o time da capital foi de pura ineficiência, contra o do interior foi um show de gols.
A passividade de outrora fora esquecida aqui, o time entendeu sua posição de mandante e começou a comandar o jogo. De cara, lances perigosos e um novo ânimo, que aos 10 minutos foram recompensados pelo excelente passe de Jacaré para Cauly que, com um toquinho, tirou do goleiro e abriu o placar. Em seguida, o treinador realizou substituições que ajudariam a compor esse novo momento. No primeiro lance de Ademir, ele recebeu em velocidade e conseguiu encontrar Arthur Sales no meio da área para completar e ampliar.
Desse ponto em diante, só tinha um time em campo. O Volta Redonda se abriu completamente em campo e ficou nervoso, o que gerou o toque de mão de Bruno Barro dentro da área, assim, pênalti para o Bahia e ele não desperdiçou. Vitor Jacaré, o nome da emoção. Para finalizar, Ademir novamente conseguiu um bom cruzamento e dessa vez Yago Felipe (que também veio do banco) bateu por debaixo do goleiro. Quando ela ia entrando, o zagueiro tentou tirar, mas pegou em seu companheiro e caiu aos pés de Arthur Sales, que não perdoou e deixou o seu segundo, fechando o caixão em um sonoro 4x0.
O Bahia avançou às oitavas de final da Copa do Brasil e enfrentará o Santos na próxima fase. Por mais que tenha vencido, não convenceu e terá pela frente uma série de times muito qualificados no Brasileirão, fazendo-se necessário encontrar um equilíbrio para não sofrer por mais um ano no campeonato. Então, parafraseando o saudoso Chorão do Charlie Brown Jr, “Dias de luta, dias de glória” para o Esquadrão, ou quase isso, já que mesmo vencendo, a situação se mantém complicada.
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