Na estreia do terceiro uniforme, o Bahia vence, convence e engata o segundo triunfo no Campeonato Brasileiro. A primeira partida após a oficialização do clube como parte do grupo City contou com algumas conexões entre Brasil e Inglaterra. Os gols da equipe tricolor foram marcados por Victor Luis (contra), Biel e David Duarte. Com os 3 pontos, o Bahia chega a 6 na competição e se aproxima do G4.
Enfim Bahia City! Depois do anúncio oficial da criação da SAF, comandada pelo grupo CFG, o Bahia foi para seu primeiro confronto com a camisa de cor azul clara, em homenagem à coloração principal do detentor de 90% do Bahia. Além do uniforme, foi possível ver que outros temperos foram importados para somar ao grande banquete que se tornou o Tricolor de Aço. Mas não se engane, não era o Manchester City jogando. Por isso, para não haver mais dúvidas, terei o prazer de apresentar o menu degustação do chef Renato Paiva.
Entrada
O primeiro alimento servido serve para apresentar ao cliente os primeiros sabores que ele poderá apreciar e abrir o apetite para o que vem em seguida, sem comprometer o paladar.
A escalação inicial do Bahia contou com 2 mudanças em relação ao jogo contra o Vasco, mudanças que modificaram a dinâmica do time. Biel e Yago Felipe entraram para a saída de Ademir e Acevedo. Enquanto Biel desempenhou o melhor futebol entre os 11 jogadores tricolores, o camisa 20 teve uma atuação discreta e pouco participativa. Mas os acertos do português Renato Paiva acabaram tendo um peso maior no resultado final do jogo. Os erros não impactaram tanto, mas devem ser corrigidos rapidamente.
O Bahia esteve postado em um 3-5-2, que naturalmente povoa mais o meio de campo, o que permite uma maior circulação de bola nesta área. Geralmente, times que gostam de jogar construindo lentamente e com mais posse do jogo tendem a adotar essa plataforma. Mas nos últimos anos, alguns treinadores mostraram que esse esquema tático também pode ser usado para impulsionar equipes com maior verticalidade. Foi assim com a Atalanta de Gasperini e com o Defensa y Justicia de Hernán Crespo, por exemplo. E foi com essa postura ofensiva que o Bahia de Paiva jogou contra o Coritiba.
Prato Principal
Este é o protagonista da noite, a refeição mais aguardada e, geralmente, a mais saborosa. O prato principal é o grande nome que gera repercussão e encoraja novos clientes a irem ao restaurante provar, mas sem esquecer dos fiéis. Esses são aqueles que já sentiram os sabores do menu e sempre voltam para revisitar o belo gosto de uma comida bem preparada.
Na Arena Fonte Nova, quase 38 mil torcedores estiveram presentes nas arquibancadas para assistir a mais um jogo do Esquadrão. A torcida fez a sua parte e o Bahia também. Logo aos 16 minutos do primeiro tempo, Rezende achou Cauly, que ajeitou com um leve toque para Matheus Bahia aproveitar o corredor livre e cruzar à grande área. Na confusão entre o goleiro Gabriel e o lateral/zagueiro Victor Luis, o defensor acabou tocando por último na bola, mas em direção ao próprio gol. E como gol contra também vale, 1x0 Bahia.
O Coritiba foi chegando ocasionalmente, mas sem apresentar grande perigo. Quem realmente estava tentando foi o meia Thaciano, que chegou a ter 3 chances seguidas de marcar, mas não mostrou qualidade para ampliar o placar em nenhuma delas. Aliás, seria Thaciano o "Gündoğan do Nordeste"? Para efeito de comparação, os dois jogadores exercem a função de volantes que possuem forte presença de área, mas o meia alemão ainda consegue ter um bom aproveitamento nas finalizações. Enquanto isso, o camisa 16 tentou bastante, mas ficou para uma próxima.
Everaldo também foi outro nome que não conseguiu performar o seu melhor futebol. O centroavante tinha que sair mais da área para receber a bola e participar do jogo, mas teve uma atuação aquém do esperado. Quando esse movimento do camisa 9 acontecia, era Thaciano quem avançava para ocupar a posição de centroavante.
No primeiro tempo, o Bahia ofereceu muito mais perigo do que o Coritiba, que poderia ir para o intervalo com uma desvantagem maior. Já a segunda etapa contou com a diminuição da temperatura do jogo. Antes o que estava fervendo, a ponto de entrar em ebulição, agora estava morno. O ímpeto do Bahia diminuiu, o que permitiu que os visitantes chegassem.
Aos 63, Boschilia aproveitou o posicionamento adiantado de Marcos Felipe, progrediu com muita liberdade e mandou um balaço de muito longe para empatar o jogo. Um golaço que poderia desestabilizar o Tricolor, mas não foi isso que aconteceu.
Um minuto após o empate do Coxa, Biel recebeu de Cauly e bateu de chapa no fundo das redes, também de fora da área. 2x1 Bahia. Com o segundo gol, o jogo voltou a esquentar, a torcida acompanhou e a recompensa chegou. Aos 68, em cobrança de falta, Cauly levantou a bola para David Duarte cabecear com muita força e dar números finais ao confronto. Jogadores saíram, outros entraram e o Bahia foi tomando conta de um jogo que já estava definido. 3x1
Sobremesa
A sobremesa é o detalhe final que fecha a experiência e satisfaz de forma leve e doce. É o sabor desse prato que sairá com o cliente do restaurante.
A movimentação de Biel foi fundamental no ataque. A dinâmica que o camisa 11 traz se encaixa melhor para o time do que o papel cumprido por Ademir. Também é importante destacar a influência de Cauly, que mesmo não fazendo sua melhor partida pelo Bahia, ainda teve participação nos 3 gols.
Outro ponto a se destacar é a adaptação à mudança de posição de alguns jogadores. A evolução de Jacaré como ala pela direita e o encaixe de Rezende como zagueiro pela esquerda mostram como Renato Paiva pode potencializar suas peças. Outro técnico famoso por esse quesito é o espanhol Pep Guardiola, mas sem comparações. Seria muito presunçoso de minha parte? Não sei, mas o Tricolor de Aço somou mais 3 pontos e, definitivamente, está motivado para ganhar muito mais.
O Bahia volta a campo na quarta-feira (10) às 19:00h, contra o Santos na Vila Belmiro. A equipe da casa vem de derrota para o Cruzeiro e o Tricolor vai em busca de emplacar uma sequência de 3 triunfos e figurar entre as 4 melhores equipes do campeonato.
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