A temporada do campeonato mundial de Fórmula 1 se encerrou em novembro. Entretanto, para acabar com as saudades dos milhões de fãs, a categoria máxima do automobilismo retorna neste domingo (05/03), para o Grande Prêmio do Bahrein. Assim, estarei trazendo um compilado de informações e prognósticos relevantes sobre as equipes e o ano de 2023 na F1, nesta série especial do Soteropolimanos. Hoje os assuntos são a Williams, AlphaTauri e Haas
Williams
Considerada uma das 3 maiores equipes da categoria, a Williams passa pelo pior momento de sua extensa história. Criada por Sir Frank Williams e Sir Patrick Head em meados da década de 70, o time não tardou a brilhar, conquistando seu primeiro título já em 1980, com o australiano Alan Jones. Nos anos seguintes, seu legado se tornou lendário, acumulando mais 6 campeonatos com: Keke Rosberg, Nelson Piquet, Nigel Mansell, Alain Prost, Damon Hill e Jacques Villeneuve. Entretanto, já fazem 25 anos do último título, desde então, poucas glórias.
No início dos anos 2000, a dupla Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher deu esperanças, mas ficou apenas no quase contra a dominante Ferrari. Em 2012, Pastor Maldonado conquistou uma das mais improváveis vitórias da Fórmula 1, mesmo pilotando um carro pouco inspirado, permanecendo até hoje como o último triunfo da equipe de Oxfordshire. Entre 2014 e 2016, Felipe Massa e Valtteri Bottas foram o canto do cisne antes da decadência atual, conquistando diversos pódios durante o início do regulamento dos motores atuais.
O presente momento não é nada bonito. Entre 2019 e 2022, a escuderia ficou em último lugar em 3 anos, sendo 2021 seu melhor, ficando em oitavo. Vivendo um momento de reestruturação, a equipe não pertence mais à família Williams, mas sim a um fundo de investimento americano chamado Dorilton Capital. Era esperado que houvesse um salto de qualidade em 2022, mas o carro mostrou um desempenho aquém do imaginado. A dupla Albon e Latifi pontuou apenas 4 vezes, além da boa participação do reserva De Vries que conseguiu um 9° lugar.
Para 2023, o chefe da equipe, Jost Capito deixou o comando, sendo substituído por James Volwes, vindo da Mercedes. Nicholas Latifi não teve seu contrato renovado, por mais que trouxesse bom apoio financeiro, o resultado nas pistas foi fraco. Alexander Albon volta para seu segundo ano, mas agora acompanhando do novato Logan Sargeant. Terceiro colocado da Fórmula 2 em 2022, o americano de 22 anos já fazia parte da academia de jovens pilotos da equipe, fazendo sua promoção bem justificável.
Nos testes de pré-temporada no Bahrein, os resultados foram mistos, hora velocidade, hora pouca eficiência. As expectativas não são boas e a tendência é mais um ano de Williams nas últimas colocações. Dificilmente a situação será diferente das temporadas passadas. Minha previsão? 10° lugar.
AlphaTauri
A renomeada equipe B da Red Bull vem apenas para sua quarta temporada, mas dessa vez sob muito questionamento diante dos rumos futuros.
Tendo em 2020 herdado o legado, estruturas e pilotos da amada Toro Rosso, a AlphaTauri decaiu no último ano. Com uma belíssima vitória de Pierre Gasly em Monza 2020, até um único pódio do francês no Azerbaijão 2021 e apenas um 5° lugar, novamente de Gasly, como melhor momento em 2022. Penúltima colocada, pouca velocidade e quase nenhuma confiabilidade, esta foi a marca da Scuderia no ano passado.
Na nova temporada, há muito mais burburinho sobre uma possível venda do time do que sobre o desempenho dos carros. Mesmo tendo completado mais voltas dentre todos na pré-temporada, os prognósticos não são lá muito animadores. O japonês Yuki Tsunoda volta para seu terceiro ano com os italianos. Gasly arrumou suas malas e foi para a Alpine. No seu lugar, o antigo reserva da Mercedes, campeão da F2 em 2019 e da Fórmula E em 2021, Nyck De Vries fará sua primeira temporada completa na categoria.
Tsunoda vem com grande pressão, já que os resultados até então não foram de encher os olhos da cúpula da RBR (Red Bull Racing). Além de que seu vínculo com a Honda é cada vez mais insignificante, visto que a partir de 2026, os motores usados pela Red Bull serão os Ford. De Vries chega num momento curioso, tem currículo, tem experiência, mas não na F1, vem como um novato já mais "velho", mas aparenta ser rápido e adaptável, como visto na corrida em que substituiu Albon na Williams em 2022. Meu palpite? 9° lugar.
Haas
A única equipe americana do grid costumava viver sob muita confusão e pouco orçamento, mas buscará maior estabilidade e tranquilidade este ano. Tendo iniciado sua vida na F1 em 2016, sua personalidade caótica e resultados inconstantes, personificados na figura do seu chefe de equipe, Günther Steiner, conquistou o coração de fãs pelo mundo como um time simpático e fraco.
Tendo sido marcada pela dupla Kevin Magnussen e Romain Grosjean, a Haas conseguiu um incrível 5° lugar no campeonato em 2018, mas desde então o nível só fez descer. No Grande Prêmio do Bahrein de 2020, a equipe passou por um dos momentos mais tensos da F1 em anos recentes, o acidente de Grosjean que poderia ter custado sua vida, mas devido a segurança dos carros atuais, os danos foram consideravelmente menores.
Em 2021, veio a pior temporada em resultados. Apostando na dupla de novatos vindos da F2, o campeão Mick Schumacher e o 5° (e muito endinheirado) Nikita Mazepin, a Haas sequer conseguiu pontuar. Muitas batidas, muitas rodadas e pouco desempenho, mas o rendimento não era unicamente pelos pilotos, já que o carro era fraquíssimo, praticamente uma atualização do carro de 2020 para o regulamento vigente. Contudo, o planejamento e dinheiro estavam indo para o projeto de 2022, que trouxe um cenário muito mais competitivo.
Todavia, antes da primeira corrida de 2022, Mazepin foi posto para fora. Já que o seu patrocínio da produtora de fertilizantes Uralkali, possui forte envolvimento com o governo russo, o qual havia acabado de entrar em guerra com a Ucrânia. Assim, Kevin Magnussen retornou para o time em busca de redenção e, surpreendentemente, conseguiu. O dinamarquês fora presença constante entre os pontos, além de beliscar uma pole position no Grande Prêmio de São Paulo, em Interlagos. Já Schumacher, teve um desempenho pouco vistoso, fortes batidas marcaram seu ano, mesmo que por vezes conseguisse ficar na frente de seu companheiro, os erros gritantes falaram mais alto.
Portanto, para o lugar de Schumacher, chegou outro alemão, Nico Hulkenberg. Antigo conhecido do mundo da Fórmula 1, sempre foi consistente mesmo não sendo um dos mais velozes. Este que possui um recorde curioso, sendo o piloto com o maior número de corridas disputadas sem conseguir subir ao pódio, mesmo já tendo conquistado uma Pole Position, o experiente piloto nunca ficou entre os 3 primeiros de uma corrida.
Após os testes de pré-temporada no Bahrein, o time mostrou resultados médios, parecidos com os conquistados na primeira metade da temporada passada. Agora, será que terão dinheiro para continuar atualizando o carro e terem presença no segundo semestre? Teremos de assistir a temporada, mas enxergo a equipe terminando o campeonato em 8° lugar.
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