Em jogo equilibrado, o Brasil perdeu para a França por 2 a 1 no estádio Suncorp, em Brisbane, pela 2ª rodada do grupo F. Com o resultado, a Seleção se complicou para conquistar vaga nas oitavas de finais da Copa do Mundo feminina 2023. Os gols das francesas foram marcados por Eugénie Le Sommer e Wendie Renard. Pelo Brasa, Debinha balançou as redes.
França e a Jamaica, próxima adversária da Seleção, estão empatadas na liderança do grupo com 4 pontos, pois as americanas venceram o Panamá no outro jogo por 1 a 0. Por isso, a Canarinho, com apenas 3 pontos conquistados após vencer o Panamá por 4 a 0 na estreia, tem que vencer ou vencer na última rodada para conseguir avançar de fase.
A Seleção foi a campo com praticamente a mesma escalação da partida contra as panamenhas. A única mudança foi a entrada de Geyse no lugar de Bia Zaneratto. Porém, desde o apito inicial dava para perceber a diferença abismal entre as francesas e as panamenhas. As europeias eram bem mais físicas, marcando pressão alta no campo. Cortavam as linhas de passe entre as defensoras e as meio campistas brasileiras.
Essa marcação alta atrapalhou bastante a Seleção Brasileira nos primeiros minutos de jogo e fez com que a França recuperasse a bola e estivesse sempre perto da área ofensiva. Mas com o passar dos minutos, as comandadas de Pia começaram a jogar a partir de lançamentos, explorando o espaço entre a linha de defesa e de meio campo das Blues. Assim, explorando o espaçamento das adversárias, a Amarelinha finalmente conseguiu cruzar a linha central e frequentar mais o campo de ataque.
Entretanto, quem chegou primeiro com mais perigo foram as francesas, pelo jogo aéreo que viria ser o grande problema para as brasileiras na partida. Aos 12 minutos, Karchaoui alçou na área, Diani ganhou de cabeça e ajeitou para Le Sommer que cabeceou para boa defesa de Lelê. O Brasil respondeu na sequência, aos 15', com Adriana, que chutou da entrada e tirou tinta da trave.
O gol das francesas saiu em uma jogada basicamente idêntica à primeira chegada delas. Do lado esquerdo da intermediária, Karchaoui lançou no segundo pau, Diani ganhou no alto de Rafaelle, escorando para Le Sommer, que também ganhou por cima de Lauren e testou para o gol, mas dessa vez, Lelê não conseguiu fazer a defesa e a bola morreu no fundo das redes.
Após o gol, a França baixou um pouco as linhas de marcação e com isso o Brasil saiu mais para o jogo e esboçou uma pequena pressão. Buscando sempre um jogo de aproximação e apoio, a Seleção buscava entrar tabelando por dentro, mas perto da entrada da área as francesas fechavam bem. Somente aos 22’, veio uma grande chance para a Amarelinha. Debinha fez grande jogada, puxando da ponta esquerda da área para dentro e tocando para trás, mas Adriana de frente para o gol chutou por cima.
Alguns minutos depois, a França retomou o controle e voltou a frequentar o campo defensivo do Brasil. Mas elas também cediam mais espaços no entrelinhas. O Brasil até encontrava saídas, mas pecava nos passes e por isso perdia demais a posse. Inclusive, o nervosismo com a bola no pé fez as comandadas de Pia saírem jogando errado e possibilitaram Diani sair cara a cara com Letícia, que fez grande defesa. De qualquer forma, estava impedida.
A França encaixa novamente a pressão alta e o Brasil ficou sem saída e passa a errar ainda mais passes. Sem conseguir reter a bola, a Seleção chegou a ficar com menos 40% de posse. As francesas levaram o jogo assim até o fim da primeira etapa, mas não criaram nada de muito perigoso, O Brasil saía com alguns contra ataques rápidos ou chutes de longe, mas também sem levar muito perigo.
O Brasil começou a segunda etapa tentando se impor mais em campo, mas as atletas seguiam nervosas e errando muitos passes simples, o que permitia que a França conseguisse recuperar a bola facilmente e não corresse grandes perigos. Com o tempo, a Seleção passou ter mais calma e seguindo um jogo mais funcional de aproximação e trocas de passe organizado em um 4-4-2, passou a fazer mais triangulações e chegar na área adversária.
Aos 12’ do segundo tempo, após troca de passes na ponta esquerda, Kerolin recebeu na entrada da área e enfiou para Debinha sair cara a cara com a goleira Magnin e chapar no canto para empatar. Com o gol, a Canarinho cresceu no jogo. A França acusou o golpe e a Seleção ganhou confiança para subir as linhas de marcação. Mas cerca de 10 minutos depois, a França entrou novamente no jogo.
Com as duas equipes atrás do resultado, a partida passou a ser lá e cá, com ritmo muito alto e alternância de dominância no jogo. O que não foi a melhor escolha de jogo para o Brasil, já que o empate era muito mais benéfico para a seleção brasileira. A Seleção até teve boas chances, aos 28 minutos em bola alçada na área a partir de uma falta, Kerolin jogou por cima. Pelo lado das europeias, aos 29, Macha chutou da lateral da área e a bola passou raspando.
Neste jogo frenético, a França ganhou um escanteio após Lauren ganhar na corrida da atacante Becho e jogar a bola pela linha de fundo. Foi aí, novamente pelo alto, que o Brasil sofreu o gol da derrota. Becho cruzou rasante na área, ninguém subiu para cortar e no segundo pau a zagueira de 1,87m Wendie Renard testou cruzado para o gol.
Depois do gol, a Seleção foi para cima de forma muito afobada e desorganizada. Por isso, não conseguiu criar nenhuma grande chance para buscar o empate. A França se fechou bem e conseguiu boas escapadas no contra ataque. E foi assim até o final dos 7 minutos de acréscimo.
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