Itabuna 1 x 2 Juazeirense
por Alan Pinheiro
Artilheiro passando em branco, treinador decidindo e fim de uma invencibilidade. Abrindo a quarta rodada do campeonato baiano, o confronto realizado no estádio Mário Pessoa marcou a primeira derrota do Itabuna na competição. Para a Juazeirense, no entanto, a vitória conquistada fora de seus domínios serve para cravar de vez a recuperação do time.
Ao fim da partida entre Barcelona e Juazeirense, na segunda rodada, o atacante Neto Baiano foi aos microfones da TVE demonstrar sua insatisfação com a fase do time. “A gente não pode passar essa vergonha diante da nossa torcida”, disse o jogador. 10 dias após essa declaração, a Juazeirense chegou à sua segunda vitória na competição. A boa sequência mostrou que as palavras do artilheiro ecoaram pelo elenco, mostrando a todos que o Cancão de Fogo vai brigar pelo topo.
O primeiro tempo foi do Cancão de Fogo. Diante do líder do Baianão, a Juazeirense abaixou suas linhas e esperou pelo Itabuna para sair com transições rápidas. A estratégia foi bem sucedida, já que os mandantes não conseguiam impedir as descidas quando o time de Juazeiro acelerava. Kesley, camisa 23, ficou como protagonista nesse papel de velocidade. O ponta foi responsável por criar diversas jogadas de perigo enquanto esteve em campo.
Após um início de jogo sofrendo grande pressão, a defesa do líder foi abalada. Aos 13 minutos, Nildo Petrolina cruzou, Ian Augusto cabeceou e Dadinha colocou para o fundo das redes, após uma confusão dentro da área. O gol, porém, não desanimou o time do sul da Bahia, pelo contrário, definitivamente acordou o Itabuna. Foram 16 minutos com muitas chegadas ao ataque e completo domínio do meio de campo, mas ainda faltava o mais importante, o gol.
Quando uma equipe possui o artilheiro do campeonato, é normal que as expectativas dos torcedores e até da própria equipe caiam nos ombros dessa pessoa. Afinal, em um esporte cujo objetivo é marcar gols, o protagonismo deve ficar com quem tem mais sucesso nisso. Cesinha, do Itabuna, deveria ser esse cara. Com 3 gols em 3 rodadas, era ele quem, teoricamente, causaria um dano maior ao adversário, mas não foi bem assim. O camisa 9 foi o elo mais fraco do quarteto de ataque.
Mas quando um cargo está vago, alguém precisa ocupá-lo. Esse é o caso de Flávio, aquele que causou maior perigo ao adversário, aliando velocidade a fintas certeiras para ajudar sua equipe. Mas ainda faltava o gol. É então, aos 16 minutos do segundo tempo, que o empate veio. Alex Sandre cruzou na área e Jaques apareceu sozinho para cabecear no fundo do gol. Quando o ataque não resolveu, coube ao zagueiro ex-Bahia assumir essa responsabilidade.
Permita-me agora dar uma pausa no jogo e te levar a outro esporte. No mundo do xadrez, o conhecimento sobre todas as peças do tabuleiro é essencial para ganhar a partida. Seja Bobby Fischer, Kasparov ou Magnus Carlsen, todos esses campeões sabiam exatamente como usar cada um de seus peões, bispos e cavalos de acordo com o que o jogo pedia. Rodrigo Chagas, técnico da Juazeirense, mesmo estando no futebol, agiu como um verdadeiro enxadrista.
Logo após tomar o empate, Chagas colocou no jogo duas peças que estavam no banco, Reinaldo e Eric. A estratégia do técnico surtiu o efeito desejado, já que aos 40 minutos de jogo, as peças estavam posicionadas para fazer a jogada final. Eric aproveitou o corredor livre, assim como uma torre que vai de um lado a outro do tabuleiro, passou para Reinaldo entortar a zaga e completar para fazer o segundo gol da Juazeirense. Xeque-mate.
Atlético de Alagoinhas 0 x 1 Jacuipense
por Roger Caroso
Na reedição da final do Baianão 2022, as equipes do interior do estado realizaram uma grande partida, que contou com o embate dos técnicos Agnaldo Liz e Jonilson Veloso.
Vindo de um revés contra o Bahia na Fonte Nova, o Carcará precisava se sair bem em casa para poder seguir na busca pelo tricampeonato baiano. Já o Leão do Sisal vinha de um suado triunfo contra o Jacobinense e pontuar fora de casa seria essencial para continuar na busca da segunda fase.
Com as equipes em postos para o primeiro tempo no estádio Antônio Carneiro (vulgo Carneirão), o Atlético começou a pressão em busca do resultado, obrigando uma boa defesa do goleiro Jean. Contudo, poucos minutos depois, a Jacuipense aproveitou uma cochilada da zaga adversária e após um rebote da defesa de Fábio Lima, Jeam mandou pro fundo das redes. Terceiro gol dele no campeonato, artilheiro do Baianão 2023, empatado com Cesinha do Itabuna. Nos lances subsequentes, o time visitante teve boas oportunidades de ampliar o placar e decidir o jogo já na primeira etapa, mas nenhuma delas foram efetivas.
Durante os próximos 45 minutos, Agnaldo Liz realizou substituições, mas a real mudança foi a da mentalidade. O Atlético tomou as rédeas da partida, entendeu que dentro de sua casa não era aceitável perder e foram atrás dos preciosos pontos. Logo nos minutos iniciais, após uma belíssima jogada de Gustavo Custódio na direita, Danilo recebe e perde a grande chance de equalizar a situação.
Mas do outro lado, Jonilson Veloso entendeu que era hora de recuar, puxou as linhas e trouxe um time mais compacto para se segurar contra os fulminantes ataques rivais. O jogo se tornou ataque contra defesa, mesmo que o time da casa atacasse bem, o sistema do Leão do Sisal estava atento, Jean, Kanu e Weverton faziam a espinha dorsal da equipe, protegendo com unhas e dentes a sua meta.
Assim, a Jacuipense de forma aguerrida e heroica conseguiu suportar os ataques, organizar atrás e sair de Alagoinhas com os 3 pontos, já o Carcará, pela segunda rodada seguida, atua bem mas sai derrotado. Agora as equipes se encontram em situações opostas, o time de Riachão do Jacuípe vai a 9 pontos, brigando pela liderança com Itabuna e Bahia. Já o Atlético se vê perto da zona da degola, com Vitória, Bahia de Feira e Doce Mel.
Jacobinense 1 x 0 Bahia
por Pedro Carreiro
Com gol de pênalti convertido por Júnior Bahia aos 26 minutos do segundo tempo, Jacobinense impôs ao Bahia a primeira derrota no Campeonato Baiano. Em jogo de poucas oportunidades para ambas equipes, a falta de criatividade ofensiva por parte do Tricolor e a boa organização defensiva por parte do Azulão foram determinantes para o resultado. Com a derrota, o Esquadrão perde o 100% de aproveitamento no campeonato e desperdiça a oportunidade de isolar-se na liderança da competição.
Para a partida disputada às 21:30 da última quarta (25), o time de Jacobina foi para campo com praticamente a mesma equipe que perdeu para o Jacuipense na rodada passada. As únicas alterações feitas pelo treinador Paulo Sales foram as entradas de Pedro Neto e Nailton nos lugares de Thesco e Kariri. Já Renato Paiva escalou a equipe de Salvador com várias rotações, mandando apenas Daniel, Mugni e Marcos Felipe de titulares a campo. Proporcionou também as estreias de Cicinho, Marcos Vitor e David Duarte.
Houve poucas chances claras de gol na primeira etapa. A melhor oportunidade foi aos 12 minutos quando, após contra-ataque puxado por Guga, Kel Baiano finalizou de letra e a bola explodiu no travessão depois de Marcos Felipe fazer grande defesa. O Bahia não levou tanto perigo ao gol defendido por Giovani no primeiro tempo. A oportunidade mais clara que o Esquadrão teve foi aos 20 minutos em uma sobra de escanteio no meio da área que Everaldo acabou isolando.
Ao longo do primeiro tempo, o Bahia, quando tinha a posse, fazia a saída de bola com uma linha de três, para isso o volante Diego Rosa afundava entre os zagueiros Marcos Victor e David Duarte. Os laterais, Ryan e Cicinho, frequentemente aproximavam-se dos meias, Mugni e Daniel para construir por dentro. Quanto aos atacantes, Caio Vidal e Jacaré davam amplitude pelos lados de campo e Everaldo, centralizado, dava profundidade. Mesmo com os jogadores distribuídos em campo de forma ofensiva e tendo mais posse de bola, o Esquadrão levou pouco perigo ao gol do Jacobinense. Muito por conta da partida abaixo dos extremos, Jacaré e Vidal, e falta de criatividade no meio campo.
O empate na primeira etapa, porém, não deu-se apenas pelo fraco desempenho ofensivo do Tricolor, mas também pela boa organização defensiva do Azulão. A equipe de Paulo Sales defendia-se em um 5-3-2, com o bloco bem baixo, pressionando apenas a partir da linha central com os atacantes Júnior Bahia e Kel Baiano dando o primeiro combate. A equipe compactava bem as linhas, dificultando para o Bahia circular a bola em busca de espaços. Ao recuperar a bola, o Jacobinense buscava sempre sair rápido em contra-ataque com passes verticais, puxados principalmente por Kel Baiano e o meia Pedro Neto.
O começo do segundo tempo foi igual a primeira etapa. O Bahia tinha a bola mas não conseguia criar chances claras, chegava majoritariamente a partir de cruzamentos e chutes de média/longa distância, porém sem muito perigo. O Jacobinense seguia com sua estratégia de defender em um 5-3-2 com bloco baixo. Com o passar dos minutos, a equipe do norte da Chapada conseguia chegar de forma cada vez mais perigosa. Aos 24 minutos, Kel puxa contra-ataque pela esquerda, rola para trás e Júnior Bahia chega batendo com perigo. No lance seguinte, aos 25 minutos, Pedro Neto chega à linha de fundo e cruza, a bola fica prensada entre as costas e o braço de Chávez, que havia entrado aos 20, e o juiz marca pênalti. Júnior Baiano converte a penalidade com cobrança rasteira, rente a trave esquerda defendida por Marcos Felipe que até chegou a acertar o canto.
Depois do gol, o Bahia passou a ter ainda mais posse de bola, mas ainda assim levava pouco perigo ao gol defendido por Giovani. As entradas de Kayke e Biel nos lugares de Jacaré e Vidal melhoraram o jogo pelo lado de campo do Esquadrão. Para frear essa melhora, o Azulão passou a defender-se alternando entre uma linha de 5 e uma linha de 6, também investia cada vez menos em contra-ataques.
O Bahia criava poucas chances como no primeiro tempo, só por volta dos 40 minutos começou a ensaiar um abafa pelo gol de empate. Aos 42 e aos 44, após cruzamentos de Diego Rosa e Kayky, Everaldo teve duas oportunidades no jogo aéreo, mas acabou cabeceando ambas para fora. Com 50 minutos, Biel foi a linha de fundo e chutou forte, obrigando Giovani a fazer sua primeira defesa. Na sequência a bola é alçada na área e sobra limpa para Everton que, de cara para o gol, chapa pra fora.
Com a derrota, o Bahia fica em segundo lugar no Baiano, empatado em pontos com o líder Itabuna, mas com um gol a menos. Já o Jacobinense pulou da sétima para quinta colocação empatado em pontos com a Jacuipense, primeira equipe do G4. Ambas equipes voltam a campo no domingo, o Tricolor tem nada mais, nada menos que um BAVI pela frente na Arena Fonte Nova, enquanto o Azulão enfrenta o atual bi-campeão baiano Atlético de Alagoinhas novamente na Arena Cajueiro.
Vitória 3 x 0 Doce Mel
por Victor Lee
Na briga de sair do rebaixamento e ainda tentar lutar por vagas na próxima fase do campeonato, o Vitória enfrentou o Doce Mel. O Leão vem de uma amarga derrota de virada do Juazeirense e o Azulão empatou com o Bahia de Feira na última rodada. A partida disputada no Barradão teve um público de 6.683, bem abaixo do que era esperado, mas justificado devido aos resultados antigos do time da casa.
Logo nos primeiros minutos, o Doce Mel surpreendeu o Vitória com uma arrancada assustando o goleiro Dalton. Mas, logo depois, só deu Leão tendo muitas chances de gols, boas arrancadas pelas laterais e bolas trabalhadas pelo meio de campo. Porém, algo que vem sendo bem constante no time é a falta de finalização. Já no lado do Azulão, foi muito mais uma defesa consolidada e buscando os contra-ataques para tentar pegar o Vitória desprevenido.
Mas, aos 30 minutos, o Rubro Negro teve ótimas oportunidades e, após uma bola cruzada de Tréllez resvalar no zagueiro Henrique, o juiz marcou penalti para o time da casa. Apesar disso, o camisa 22 do Leão perdeu o gol e o goleiro Rodolfo conseguiu ainda tocar na bola, deixando o placar zerado no primeiro tempo.
Já no segundo tempo, o Vitória voltou tentando abrir o marcador. O Doce Mel, com a mesma proposta de defesa e de brigar por apenas uma bola e fazer o gol. Com bola cruzada e falha da zaga e do goleiro, Rafinha abre o placar aos 18 minutos no Barradão. Aos poucos, vimos outro Vitória em campo com algumas mexidas, dando mais movimentação e boas chances de ampliar o marcador. Enquanto o Doce Mel apenas via o Leão atacando. Aos 25 minutos, Dibble faz o segundo gol do Leão e, já no final da partida, Alisson Santos fecha o jogo. 3x0 Vitória sobre o Doce Mel.
Infelizmente, ao decorrer da partida, o goleiro Rodolfo - um dos destaques do primeiro tempo - foi alvo de ofensas racistas por um torcedor do Rubro Negro. O time divulgou uma nota nas redes sociais: “Esse ato não representa nosso clube e muito menos a nossa torcida, que é a torcida mais negra do Brasil.”, disse o comunicado apresentado pelo time, que já está trabalhando para descobrir o responsável por esse ato vergonhoso e sem noção.
Com a derrota, o Doce Mel continua na lanterna do Baianão e o Vitória empurra o Bahia de Feira para o rebaixamento, podendo ainda sonhar com a classificação e já pensando no próximo confronto com o Bahia, que perdeu, mas que se manteve na segunda colocação.
Bahia de Feira 0 x 0 Barcelona de Ilhéus
por Caio Lucas
Na Arena Cajueiro, o Bahia de Feira voltou a jogar no calor de sua torcida após 2 jogos, mas em uma situação muito mais complicada. Sem ter vencido no campeonato, o time da casa buscava reverter o favoritismo em gols e subir na tabela. Já o Barcelona de Ilhéus lutava para entrar no G4 e surpreender novamente.
O jogo, desde o início, se mostrou muito pegado e disputado, com muitos cartões para os dois lados. Apenas no primeiro tempo, 5 amarelos foram aplicados, mostrando o reflexo de um duelo intenso. Durante boa parte da primeira etapa, as equipes tiveram poucas chances claras de gol que não chegaram a assustar o goleiro. Perto dos 45’, o Bahia de Feira melhorou, rondando a área do Barcelona e criando situações de perigo. Porém, os visitantes estavam defensivamente organizados, mantendo a estratégia de jogar em transição, apostando em contra-ataques e com um meio campo fortalecido na marcação, sem ceder espaços.
Esse cenário se estendeu durante grande parte do jogo e só foi mudar próximo aos minutos finais do segundo tempo. Com o aumento do ritmo, ambas as equipes intensificaram a chegada ao ataque, mas foi a equipe ilheense que assustou, obrigando o goleiro Darlan a fazer defesas difíceis e ainda segurando a comemoração depois de ter um gol anulado faltando 3 minutos para acabar a partida.
Empate de 0 x 0 que não caiu de bom grado para ninguém: o Bahia de Feira entrou de vez na zona de rebaixamento, somando apenas 3 pontos na 9ª colocação; enquanto o Barcelona caiu para a 6ª posição. Em uma das piores campanhas dos últimos anos, o time feirense terá dificuldades se não mudar de postura nas próximas rodadas, podendo lutar para não cair. Já o Barcelona de Ilhéus segue firme sonhando em fazer história no Baianão com seus honestos 4 anos de fundação.
Confira os jogos da 5ª rodada
Sábado - 28/01
Jacuipense x Itabuna (16:00)
Domingo - 29/01
Bahia x Vitória (16:00)
Barcelona de Ilhéus x Doce Mel (18:00)
Jacobinense x Atlético de Alagoinhas (18:30)
Terça - 31/01
Juazeirense x Bahia de Feira (20:30)
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